sexta-feira, agosto 14, 2009

Debate sobre Jornalismo Literário

Na última quarta-feira, dia 12, o Diga Lá! esteve presente em um dos eventos do Circuito Cultural Banco do Brasil que está em Fortaleza, no debate sobre Jornalismo Literário entre Zuenir Ventura, autor de "1968 - O ano que não terminou", "Chico Mendes: Crime e castigo", dentre outros e Ana Miranda, autora de "Dias e Dias" e "Boca do Inferno". Mediado por uma jornalista e com a participação do Secretário da Cultura do Ceará, Auto Filho, o debate foi uma olhada além da concepção comum do jornalismo impessoal.
Ana Miranda começou falando do papel de Gregório de Matos, considerado o fundador da imprensa no Brasil em uma época na qual era proibido todo tipo de impressão e esclarecimento no país. Segundo D. João IV, rei de Portugal na época, o Brasil precisava de soldados, não de advogados.
Na sua vez, Zuenir falou dos conflitos éticos que enfrentou ao começar seus trabalhos mais literários, como quando foi cobrir o caso Chico Mendes sem muita informação e acabou voltando com o menino que testemunhou o crime, senão este seria morto. Passou, portanto, de observador dos fatos para personagem, mostrando que há casos em que a necessidade do envolvimento é maior que o distanciamento normalmente exigido do profissional.
O Secretário Auto Filho fez uma rápida consideração quanto ao declínio da crítica cultural nos jornais, já que hoje é raro encontrarmos informações aproveitáveis e confiáveis nos veículos de comunicação.
Depois disso, a platéia foi liberada para fazer perguntas, onde Zuenir foi muito solicitado. Ressalte-se aqui o problema de algumas pessoas em serem sucintas, chegando a ser necessário que a mediadora pedisse para diminuir a pergunta. Zuenir falou da importância do tempo para que se possa fazer um trabalho que vai além do jornalismo, algo do que não se dispõe muito, atualmente. Falou também dos aspectos textuais, pois o texto teria que ser mais cuidadoso e a excelência exigida era bem maior. Encerrou com uma colocação interessante, falando que não ia repetir que a geração atual é vazia, dando uma visão oposta da normalmente manifestada. Apesar de algumas observações a serem feitas, é relevante para sair do lugar comum condenatório de todos.
Ao final do debate, o público subiu ao palco para conversar com os autores, que, sempre muito acessíveis, autografaram os livros do público desde antes do começo do evento.

Confira aqui a programação do Circuito Cultural Banco do Brasil.

Camila :D

4 comentários:

Raíssa disse...

Encontrei perambulando por aí:
"Via twitter,os jornalista Carmem Pompeu e Flamínio Araripe comentam detalhes sobre a palestras e concordam em si que a fala de Ana Miranda foi mais interessante que a do Zuenir." (do blog Ceará é Notícia).

não achei isso. foram falas bem diferentes e fiquei mais encantada pela história viva que o zuenir transmite.

obs: a jornalista é Regina Ribeiro (o povo).

Camila disse...

É o que? eu vou ficar com essa de interessantes pra ser delicada, mas o Zuenir é o cara!

Raíssa disse...

o jornal "o povo" publicou no domingo, 16 de agosto, entrevista com o zuenir.

Camila disse...

mentiiiiiiiiiira! vou ver!