"Em entrevista à rádio BandNews, nesta terça-feira, 17, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu mudanças nos processos seletivos de ingresso nas universidades federais. Para Haddad, os vestibulares, como estão propostos hoje, privilegiam a memorização, em detrimento da capacidade de análise crítica dos estudantes.
'O vestibular nos moldes de hoje produz efeitos deletérios sobre o currículo do ensino médio, que está cada vez mais voltado para a decoreba', enfatizou Haddad. A proposta do ministro é testar um novo modelo de seleção, em 2010, em que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja usado como primeira fase para as instituições federais. 'A segunda fase seria mais voltada para áreas específicas, mas com perguntas que julguem a capacidade analítica dos estudantes.'
O ministro defende um modelo único de exame, válido para as universidades que aderirem ao projeto. Segundo Haddad, a maioria das instituições de ensino superior federais percebe que os atuais vestibulares não avaliam a formação analítica dos candidatos, mas apenas a capacidade de decorar fórmulas.
A mudança nos processos seletivos, na visão do ministro, refletirá positivamente na qualidade do ensino médio. 'Se nós não alterarmos isso, sinalizando para o ensino médio que queremos outro tipo de formação, mais voltada para a solução de problemas, vamos continuar reproduzindo conhecimento que não ajuda o Brasil a se desenvolver', disse.
Na entrevista, o ministro ainda tratou da questão do trote violento e dos critérios de seleção do livro didático."
Raíssa
8 comentários:
É uma medida interessantíssima, justamente por tentar 'humanizar' o vestibular, se é que isso é possível. quem sabe seja até um primeiro passo pra começarmos a mudar os critérios de seleção, porque um sistema assim é absurdo e desumano, além de não colaborar de nenhuma forma pra uma formação crítica.
a medida amenizaria um grande problema da educação do país, que é essa visão que se tem que o ensino médio é estritamente um preparatório para o vestibular. aprendemos fórmulas e fatos apenas com o intuito de resolver as questões do vestibular, o que acaba formando estudantes mal preparados para a faculade e para vida também.
Acho que seria uma medida muito boa, uma vez que todo nosso Ensino Médio está voltado para fórmula e resolução de problemas ou para fatos e matérias que só são estudadas com o objetivo de se passar no Vestibular. Sempre que se vê um novo conteúdo, já se fala: ah, mas faz tempo que não cai no vestibular, então não vamos dar atenção, ou: cai muito no Vestibular, vamos estudar muito. Isso tira o sentido e a vontade ao menos parcial do aluno a aprender, pois começa a encarar tudo como algo mais para decorar, não para entender ou ver um significado na nossa vida, um impacto, tudo fica em função de ganhar mais pontos, fazer a prova mais rápido e por ai vai.
Sem falar que o vetibular só vem a confirmar uma cultura do imediatismo e do que é "útil". Não é umas das coisas que mais falamos hoje: "para quê eu vou querer isso"? A ideia de estudar para crescer enquanto indivíduo está se desfazendo. Só se estuda agora a fim do que é útil ($$).
Lembrando que só se valoriza o inútil e pouco aplicável a vida. a gente mal vê matemática financeira, não é interessante entender como funciona nosso sistema monetário. por outro lado, logaritmo imbecil é o que não falta.
tomara que dê certo, perfeito nunca vai ficar já que não há vagas suficientes nas universidades para todo mundo, ou seja a maioria tem que ser eliminada de qualquer forma, mesmo que tenha capacidade...mas com certeza seria bem melhor do que o modelo de hoje, que é simplesmente ridículo --
pois é, agora que lançaram a ideia, é muito boa, principalmente essa de poder escolher várias universidades. mas realmente seria absurdo se isso saísse pra esse ano, afinal, como fazer com o planejamento?
eu acho que é um tiro no escuro. o haddad jogou isso aí no ar, deixou sem resposta um monte de coisa, como escolher as universidades, correção das provas, critério de desempate. às vezes eu acho que é só um jeitinho de aparecer na mídia em ano de quase eleição, às vezes eu acho que ele pensa que o Brasil é o quintal dos Estados Unidos, o que dá certo lá dá certo aqui. Mas ficou muito em aberto, é possível ver um monte de coisas que não foram pensadas,rever esse modelo de que o primeiro lugar se dá bem, os outros passam mais ou menos e só se estuda o que vai cair, o que não cai fica pra próxima.
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